© RUI MACEDO 2017. A New Perspective on Alexander M. Collection: A. A. R. M. the portraits painter óleo s/tela (detalhes) oil on canvas (details)
O Retrato: representações e modos de ser
Apresentação
O Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado (MNAC-MC), o Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IHA-FCSH/NOVA), a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), o Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) e os Amigos do Museu do Chiado convidam a comunidade científica e académica a apresentar propostas de comunicação e painéis sobre o Retrato.
A representação do outro ou outros — ou do mesmo, no auto-retrato — tem sido uma constante na Arte. Poderoso documento do desejo de perenidade, do estatuto pessoal, social e artístico, do modo como ambicionamos ser vistos na vida e na posteridade, o retrato tem sido vastamente estudado e revisitado. Num ano em que Lisboa vê o tema reabordado, numa grande exposição no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), e em que a reposição de colecção do MNAC-MC retoma um núcleo de retrato Oitocentista, o tema potencia o diálogo.
Da sensibilidade romântica à observação do natural e ao registo psicológico, o retrato cruza o século XIX analisando e registando modos distintos de ser, num leque que abrangeu o espelho de afirmação individual, ao reflexo de ambientes sociais, políticos e económicos de várias gerações. Oscilando também entre múltiplos registos, no século XX e agora no XXI, o retrato ampliou a sua polissemia, reexaminando aspectos sociais, decorativos ou artísticos, ou captando tensões e desigualdades sociais, e prosseguindo pela incursão onírica, multiplicando-se e fragmentando-se ou reconfirmando-se na reivindicação da experiência de simulacro, da autorreflexividade ou da alegoria.
Assim, convidamos os investigadores interessados a apresentar propostas de comunicações sobre os modos do retrato, desde o retrato social e político (gendarizado, criador de estatuto, definidor de poder e memória, estruturador do mito histórico), à construção da intimidade, à elaboração de conceitos normativos de beleza ou fealdade, seja na representação do outro (ou em formas de ausência) ou na auto-representação. Convidamos todos os interessados a reflectir e a problematizar connosco aspectos do retrato na contemporaneidade, entendendo-a em termos latos, não excluindo antecedentes históricos e artísticos iluminadores do contexto actual e das formas de recepção.
Numa época em que as disciplinas se cruzam, acolheremos com igual interesse os estudos sobre vários media artísticos (pintura, escultura, desenho, gravura, fotografia, vídeo, instalação), incluindo o recurso ao desenho científico na ciência forense como capaz de recuperar informação histórica e social crucial, bem como a entrevista, o documentário, a reflexão filosófica e a criação literária.
As comunicações serão de 20 minutos e podem incidir sobre temáticas como:
Genealogia do retrato | Quem representa quem e porquê / Quem é representado e porquê | A expressão e seus paradigmas | Observação e registos do rosto/corpo | As ciências do rosto/corpo | Os tempos do rosto/corpo | Políticas da expressão | Fisionomia, vestuário e beleza | Auto-observação, auto-imagem | Selfies and ussies: retratos nas redes sociais | Imagem e estatuto | Totalidade e fragmento | O retrato individual, familiar e de grupo | O retrato animal | O rosto/corpo comunicante | O poder da máscara | Entre a intimidade e a política | Por baixo da pele | Retrato sexualizado/retrato e género | O retrato literário | Verdade e verosimilhança | A construção da história
Portraiture: representations and ways of being
Presentation and call for papers
The National Museum of Contemporary Art - Museu do Chiado (MNAC-MC), the Institute of Art History of the Faculty of Social Sciences and Humanities of the NOVA University of Lisbon (IHA-FCSH/NOVA), the Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon (FBAUL), the Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) and the group of Amigos do Museu do Chiado invite the scientific and academic community to propose paper and panels on the general topic of the conference: Portraiture. Papers should last 20 minutes and should focus on the general conference tracks (please, see below).
The representation of the other(s) — or of the same/self, in self-portrait — has been constant in art. A powerful document of the desire for the perennial, personal, social and artistic status, and of the way we aspire to be seen in life and posterity, portraiture has been extensively studied and revisited. In 2018, National Museum of Ancient Art (MNAA) will host a major exhibition on portraits, mainly its nucleus of nineteenth-century portrait, and theses timeless representations always foster new (ways to) dialogue.
From the romantic sensibility to the observation of the natural and the psychological register, portraiture spans over the nineteenth century analyzing and registering different ways of being, in a range that covers and mirrors individual affirmation, and the reflection of social, political and economic environments of several generations. Oscillating also between multiple registers, in the twentieth and twenty-first centuries, portraiture has broadened its polysemy by re-examining social, decorative or artistic aspects, or capturing social tensions and inequalities, and by pursuing an oneiric incursion, multiplying and fragmenting or reconfirming itself through the experience of simulacrum, of self-reflection or of allegory.
We invite all interested researchers to propose papers and panels analyzing the many modes of portraiture, from the social and political portrait (approaching gender issues, supporting status, power and empowering or structuring collective memory and historical myths), to the weaving of intimacy, and the elaboration of normative concepts of beauty/ugliness, either in the representation of the other (or in ways of making the other absent) or in self-representation. We invite researchers to reflect and problematize the many aspects of portraiture in contemporary times, taken in broad terms, including historical and artistic antecedents that may illuminate the present context and the reception phenomenon. At a time when sciences intersect, we welcome studies on the various artistic media (painting, sculpture, drawing, engraving, photography, video, installation), including the use of scientific drawing in forensic science, as well as interviews, documentaries, philosophical thinking and literary creation.
General conference tracks:
Genealogy of portraiture | Who represents who and why/who is represented and why | Expression and its paradigms | Observation and ‘registration’ of the face/body | The science of the face/body | The times of the face/body | Policies of expression | Physiognomy, garments and beauty | Self-observation, self-image | Selfies and ussies: Portraits in social media | Image and status | Totality and fragment | The individual, family and group portrait | The animal portrait | What do faces/bodies communicate | The power of the mask | Between intimacy and politics | The sexualized/genderized portrait | Under the skin | The literary portrait | Truth and likelihood |The construction of history